Alimento poético III “Zea Mahís"

A obra é concebida com a ideia de prestar uma homenagem simbólica de resistência ao milho a partir de uma visão feminina a partir do que se faz no âmbito doméstico e cotidiano. Culturalmente, o milho tem desempenhado um papel significativo e importante nas sociedades do nosso continente desde a pré-história, e atualmente no nosso contexto contemporâneo, em relação à nutrição e produtividade da população da Venezuela.

Portanto, na execução sequencial da obra, o milho previamente cozido na casa da família do autor é utilizado como elemento poético de realização onde se vincula a um presente/passado em resistência através da tarefa doméstica de moer o grão, para alimentar. a família. Sustentando assim a vida, ela constrói a silhueta do seu próprio corpo nu com a resultante massa de milho moído, como uma alegoria do sagrado e do divino dentro do que agora é novamente um ritual diário. Moer milho para superar a crise alimentar e política na Venezuela, evocando assim a retomada das práticas populares e dos saberes do povo em resistência.